Tritão-dos-alpes

Ichthyosaura alpestris (Laurenti, 1768)

Classificação sistemática

Amphibia → Urodela → Salamandridae → Ichthyosaura → Ichthyosaura alpestris

Nomes locais

Lüxertu d'aegua, Salamandrin de muntagna

Descrição

O Tritão-dos-alpes ( Ichthyosaura alpestris ) é um anfíbio urodelo de tamanho médio, facilmente reconhecível pelo acentuado dimorfismo sexual, especialmente durante o período reprodutivo.

Os machos adultos geralmente medem entre 7 e 9 cm, enquanto as fêmeas podem alcançar de 8 a 11 cm.

Durante a época de reprodução, os machos exibem uma coloração nupcial marcante: o dorso adquire um tom azul-vivo, o ventre torna-se laranja brilhante e sem manchas, desenvolve-se uma crista dorsal baixa e lisa ao longo do corpo, e os flancos apresentam uma faixa branco-azulada salpicada de preto.

Por outro lado, as fêmeas têm coloração mais discreta, com dorso acinzentado ou acastanhado e ventre laranja menos intenso.

As larvas, ao nascer, têm cerca de 7–8 mm de comprimento e são amareladas claras com pequenas manchas escuras, já adaptadas à vida aquática.

Distribuição

No oeste da Ligúria, o Tritão-dos-alpes encontra-se principalmente nas áreas montanhosas e submontanhosas dos Alpes Lígures.

Pode ser encontrado desde 600 m até mais de 2.000 m de altitude, com populações mais numerosas nos principais vales do interior (Vale Arroscia, Alto Vale do Tanaro, Vale Roja).

A presença da espécie nas maiores altitudes demonstra sua notável adaptabilidade a condições ambientais rigorosas e à vida em habitats de alta montanha.

Habitat

O Tritão-dos-alpes prefere uma grande variedade de habitats aquáticos de montanha, incluindo:

No verão e no outono, a espécie passa um período em terra, abrigando-se entre a vegetação, pedras ou sob casca em decomposição, mas retorna aos ambientes aquáticos para a época de reprodução.

Hábitos

O Tritão-dos-alpes apresenta comportamentos tanto diurnos quanto noturnos, adaptando-se às temperaturas e à umidade locais.

O período aquático coincide com a estação reprodutiva, que ocorre de abril a julho ou agosto, dependendo da altitude, enquanto o restante do ano é passado em terra, buscando refúgios frescos e úmidos.

A reprodução ocorre em águas paradas ou de fluxo lento, onde a fêmea deposita de 100 a 300 ovos, fixando-os individualmente em plantas aquáticas.

A duração do desenvolvimento larval varia de 2 a 4 meses, conforme a temperatura da água.

Em algumas populações de alta montanha, pode-se observar neotenia—maturidade sexual mantendo características larvais.

Dieta

A dieta do Tritão-dos-alpes é bastante variada e depende do estágio de vida e da estação:

Essa dieta versátil permite à espécie adaptar-se aos diversos recursos disponíveis nos diferentes habitats montanhosos.

Ameaças

Entre as principais ameaças à sobrevivência do Tritão-dos-alpes no oeste da Ligúria estão:

Particularidades

O Tritão-dos-alpes está entre as espécies de tritões que atingem as maiores altitudes da Europa, demonstrando grande fidelidade aos locais de reprodução, para os quais realiza longas migrações anuais.

A coloração nupcial do macho está entre as mais espetaculares de todos os anfíbios europeus, tornando-o um ponto de interesse para naturalistas.

Sua capacidade de orientação e retorno aos mesmos locais ano após ano é especialmente notável.

Além disso, o fenômeno da neotenia observado em algumas populações de altíssima altitude aumenta sua variabilidade ecológica.

No oeste da Ligúria, a espécie é cuidadosamente monitorada para avaliar o impacto das mudanças ambientais, representando um importante indicador do estado de conservação dos frágeis habitats aquáticos de montanha.

A proteção da espécie depende da conservação das zonas úmidas de montanha e das práticas tradicionais que favorecem sua persistência.

Créditos

📝 Fabio Rambaudi, Matteo Graglia, Luca Lamagni
📷Wikimedia Commons
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